O Rio é antes incoerência:
amor e guerra, guerra e amor.
Das urbes, a mais apetecível,
a exalar satisfação e dor.
A pele morena encanta
e vai me seduzindo,
tremulando vida
que atlanticamente
passa reluzindo
discórdia e tormento
num leme incapaz.
No injusto desmando
antiguíssimo e profano
de carnaval e quaresma,
emana fuzil e flor.
O Rio maravilhosamente
sempre sangrou,
fartura e fome,
volúvel e imudável
sensual e sedento
de guerra e amor.
Por Raimundo Candido
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