segunda-feira, 25 de abril de 2011

Falta acessibilidade em prédios públicos de Crateús

Foto: Silvania Claudino

Deficientes físicos e idosos de todo o Ceará sofrem diariamente com a falta de acessibilidade nos Municípios

Crateús Neste Município, segundo a Associação das Pessoas com Deficiência de Crateús (Apedec), as condições de acessibilidade para as pessoas portadoras de deficiência física precisam evoluir muito para garantir uma melhor mobilidade, respeito aos seus direitos e qualidade de vida. O que merecia ser exemplo para as edificações das cidades como prédios com acessibilidade para todos os cidadãos, ainda carecem de estrutura que acompanhem a lei. Os prédios públicos de Municípios da região do Cariri, por exemplo, não são diferentes. Para quem chega a prefeituras e câmaras municipais percebe facilmente a falta de condições que possibilitem acesso, principalmente, em pisos superiores. Nas cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, as maiores da região, segundo a Associação Defensora das Pessoas com Mobilidade Reduzida (Andare), chega-se ao extremo de 99% de inacessibilidade às calçadas e estabelecimentos públicos. Isso inclui, também, prédios comerciais e praças.

"Em alguns locais, até que existem as sinalizações e rampas, mas muitas ainda fora dos padrões", destaca a presidente da Apedec, a assistente social Regina Gramoza. Ela explica que para a construção desses acessos é necessário conhecimentos técnicos. "Não basta somente fazer a rampa porque se ela não estiver dentro dos padrões necessários para a locomoção das pessoas, não trará benefícios". Nessas condições, dificultará o acesso, como é o caso de alguns prédios públicos na cidade. "A rampa construída no Teatro Rosa Moraes não é própria para o acesso das pessoas que utilizam cadeiras de rodas. A da Secretaria de Educação também não possibilita o acesso", registra. Para ela, a rampa que melhor possibilita acesso aos cadeirantes e a outros portadores de deficiências físicas em prédios públicos em Crateús é a da agência do Banco do Brasil.

A assistente social informa que a Associação solicitará, inclusive, ao escritório local do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) a fiscalização nas obras públicas com respeito ao acesso e mobilidade dos portadores de deficiência física, direito garantido por lei. "Temos direito a acessibilidade em edificações de uso público e lutaremos por eles. É lei. Os nossos direitos de ir e vir, de nos locomovermos livremente sem barreiras têm que ser garantidos, somos cidadãos e, portanto temos direito a uma vida plena e uma melhor qualidade de vida", defende Regina Gramoza.

Ela ressalta, ainda, que em muitos prédios públicos na cidade inexiste acesso e as barreiras arquitetônicas são enormes. "Em muitas escolas, postos de saúde, calçadas e em muitos espaços de lazer não existem ainda rampas, corredores próprios para circulação de cadeirantes ou pessoas com outras deficiências físicas e até idosos que porventura utilizem bengalas ou tenham dificuldade de locomoção".

"A vida do deficiente físico aqui em Crateús é muito difícil", expressa Francisco Ferreira Sampaio, o conhecido Pitica, que utiliza cadeira de rodas há 16 anos. Ele se queixa da dificuldade de locomoção na cidade. "Além da ausência de rampas, que ainda é muito grande, tem os locais que tem rampa, mas não são construídas da forma correta e isso tudo prejudica a nossa locomoção e independência", relata. Queixa-se ainda da falta de prioridade em filas. "Muitas vezes temos que entrar na frente das pessoas forçando a barra mesmo, sendo até mal educado e não deveria ser assim, pois temos nossos direitos", explica.

Paulo Taumaturgo, portador de deficiência visual e vice-presidente da Associação também se ressente da falta de atendimento prioritário em várias repartições públicas na cidade. Diz, inclusive que esta semana foi muito mal atendido em uma repartição, quando lhe foi negado o atendimento prioritário e ainda foi motivo de gozação por parte da funcionária.

MAIS INFORMAÇÕES

Associação das Pessoas com Deficiência de Crateús (Apedec) - (88) 9977.2291 / Andare - Av. Edward Maclain, 5 - Telefone: (88) 3512.2734

Silvânia Claudino
Repórter

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