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| Foto: Rodrigo Carvalho |
Manter o nome Tatu-Bola para o mascote é tido como bandeira de luta para ambientalistas
Através da internet e de abaixo-assinado, parte da população quer participar na denominação do símbolo da Copa do Mundo de Futebol , que acontece no Brasil em 2014
Crateús. “A Fifa escolheu um júri formado por pouquíssimas pessoas e ofereceu como opções, para nome do mascote da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, as seguintes aberrações: Amijubi (Amizade + Júbilo), Zuzeco (Azul + Ecologia) e Fuleco (Futebol + Ecologia). Mas eles não estão sendo bem aceitos pelo público, portanto, nós queremos participar desta escolha, afinal a Copa será de todos e não apenas desse pequeno e pouco representativo júri. Se o Tau-Bola foi escolhido justamente pela forma e pelo nome, porque o mascote não pode se chamar simplesmente...Tatu-Bola?”
Com esta justificativa, divulgada em seu blog, a ONG Sociedade Amigos da Biblioteca Norberto Ferreira (Sabi), estabelecida neste município, encampa campanha virtual contra o nome do mascote da Copa de 2014. Foi nesta cidade, a partir de campanha da Associação Caatinga, que saiu o animalzinho como mascote da Copa.
Decente
A ONG conclama a população a assinar, online, (no endereço http://www.avaaz.org/po/petition/Queremos_um_nome_decente_para_o_mascote_da_Copa_2014) a petição que tentará, junto à Fifa a escolha de um novo nome, “que não esses, que nada tem a ver com a cultura nordestina e brasileira”, completa o texto. Alerta ainda para a urgência da votação, já que a votação dos três nomes já está online, ocorrendo no próprio site da federação internacional.
Carlos Henrique, membro da Sabi destaca que a entidade defende que o nome seja tatu-bola ou outro que seja característico do habitat do animal. Além do meio virtual, leva a campanha para as salas de aula.
“O nome tem que caracterizar a nossa cultura brasileira e esses nomes estão longe disso. Temos debatido o tema com os alunos nas oficinas de cinema realizadas nas escolas e a aceitação é boa”, destaca.
A petição “Queremos um nome decente para o Mascote da Copa 2014”, disponível no site avaaz.org – Petições da Comunidade pede a participação popular na escolha do nome do animalzinho. Solicita ao Comitê organizador local (Brasil) da Copa 2014 a abertura da enquete incluindo entre as opções dos três nomes sugeridos um outro campo para que as pessoas possam sugerir outros nomes e também visualizar as cinco sugestões campeãs. Justifica que o processo assim será mais democrático e transparente para o público.
A campanha pela internet já ganha muitos adeptos e conta com quase 38 mil assinaturas. Ainda não tem prazo para encerramento, mas deverá ser entregue ao Comitê Organizador Local (COL) antes do encerramento da votação oficial, em novembro. A idealizadora do abaixoassinado foi a jornalista carioca Elis Monteiro.
Criticada com relação as três opções de nomes do mascote, a Fifa explicou em comunicado oficial. Segundo a entidade, o primeiro plano era que os nomes fossem sugeridos pelo público. A complexidade do registro de diversos nomes, porém, impediu que o plano fosse colocado em prática, pelo menos até o momento.
"Queríamos muito que os brasileiros pudessem desempenhar um papel ativo no batismo da mascote, decidimos realizar algo inédito e oferecer algumas opções para votação", afirmou a Fifa em comunicado.
Sobre os três nomes sugeridos a entidade diz: “Ao associar o tatu-bola com nomes que tratam de futebol, ecologia, alegria e comemoração, realmente acreditamos que a mascote representa fortemente o significado desta edição da Copa do Mundo”.
De acordo com a Fifa, a explicação dos nomes é a seguinte: Amijubi é a união das palavras amizade e júblico, duas características que refletem a maneira de ser dos brasileiros.
Já Fuleco é a mistura das palavras futebol e ecologia, dois componentes fundamentais da Copa 2014 e Zuzeco foi formado pelas palavras azul e ecologia, lembrando mares, rios e o céu.
O tatu-bola foi apresentado como mascote pela Fifa em março deste ano. Sua escolha foi decidida após a ONG cearense "Associação Caatinga" realizar uma campanha para destacar o animal e tentar evitar sua extinção. Lançou a campanha no início de fevereiro, pela internet.
Simpatia
O tatu-bola ganhou simpatia imediata da Fifa. A espécie, ameaçada de extinção, disputava com outros símbolos, como a onça pintada, a arara, o jacaré e o Saci Pererê.
Natural da caatinga e do cerrado, o animal só existe no Brasil, especialmente na região do semiárido, onde se insere a maioria do território da região Nordeste, incluindo o sertão dos Inhamuns no Ceará.
A Associação lançou o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) como mascote por ser um animal que só existe no Brasil e que tem a habilidade de curvar-se sobre si mesmo para se proteger quando ameaçado, ficando no formato de uma bola.
SILVÂNIA CLAUDINO
REPÓRTER
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