quarta-feira, 14 de julho de 2010

Padre Alfredinho



Lá pro lado da Suíça onde Kunz nasceu,
Deus disse-lhe: Vai Frédy padecer em vida!
Assim se fez, um corpo miúdo
como se pairasse ao vento num silencioso
ser impalpável lavrado na pedra
para suportar Antonietas nos ombros,
absorvido na infinita quietude da fé
para não se envergar a toda astúcia!
Tinha os sonhos e pesadelos alheios
enlaçados aos seus, como sinal
de combate as injustiças humanas.
À guerra, à seca cruel, à mísera favela
abraçou como remissão de tirar fôlego
para retificar a sagração de um simples viver,
para toda amargura atenuar com doçura,
para se aniquilar sem mágoa, mácula ou dó!
Alfredo salvou o mundo sim, como
naquela outra vez que fomos todos remidos.
E quando uma “piscadinha” velada
lhe veio, para o caminho da libertação,
pelo grão de trigo frutificado,
pelo príncipe dos mendigos despojado,
pelo servo de infinda caridade
aí sim, Alfredinho alcança a encantação,
para ofertar esta civilização da austeridade,
para que se livre o homem da aniquilação!

(12 de agosto de 2010 - 10 anos de encantamento de Pe. Alfredinho)

Por Raimundo Cândido Teixeira Filho

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