terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Carri Costa defende a gestão Auto Filho



Semana Passada, precisamente dia 22, li uma matéria no jornal o povo, meio capenga: Será que aqui rola "fica, Auto"? Escreveu-se que O PENSAMENTO TÁ MEIO GERAL com relação à rejeição a gestão do Professor Auto Filho. Uma conclusão tirada após ouvir quatro gatos pingados e talvez bem desinformados. Talvez tenha rolado ai uma preguiçazinha básica de alguns “formadores de opinião”, “intelectuais”, “personalidades da cultura”, em se inteirar de como foi, como vai ou como anda a nossa cultura, falo da cultura de um estado inteiro, com os seus 8,4 milhões de habitantes, com seus 184 municípios. E não exclusivamente de nossa capital, nem de nosso umbigo.

Tudo bem que sejamos discordantes, reivindicadores, incontentes, lutadores da cultura... Sejamos, pois também o sou desde os tempos da finada Violeta Arraes e suas operas pomposas... agora, não querer enxergar os avanços na gestão do professor Auto Filho frente à pasta da Cultura é pura desinformação. Se essas informações escaparam da mídia convencional cabe a interessados correr aos portais da transparência ou até mesmo solicitar junto à gestão e em seguida comparar, pois acredito que qualquer avaliação nesse caso deva-se através de comparações, ou seja, o que tínhamos antes e o que temos agora.

Fiz isso, portanto me motivei a escrever

Sou um trabalhador da cultura, faço teatro há 30 anos, vivo disso, enceno, produzo, chuleio e prego botão, é uma questão de amor e sobrevivência. Sou um artista e seria ignorância minha duvidar da transformação na maneira de pensar, fazer, viver e “consumir” cultura em nosso estado com uma política pública voltada com maior ênfase para o livro.

O professor Auto Filho e sua equipe iniciou uma verdadeira revolução cultural pelo Livro e não há como negar. Hoje, no estado, temos 192 bibliotecas entre públicas municipais, escolares, comunitárias, empresariais, temáticas e setoriais e para elas foram destinados mais de 1 milhão de livros nos últimos 3 anos. Foram aplicados recurso no valor de R$ 63.910.241,27, parte oriunda do Tesouro estadual e parte do Ministério da Cultura. Acervos Foram adquiridos num investimento da ordem de R$ 25 milhões.

A implantação dos Agentes de Leitura junto aos sistemas de bibliotecas aconteceu em 31 Municípios cearenses e em 10 bairros de Fortaleza, oferecendo bolsas mensais de R$ 354,80 para 356 agentes, por dois anos consecutivos. Foram atendidas por eles cerca de 8.525 famílias, com leitura coletiva de livros e visitação às bibliotecas.

A realização da Bienal Internacional do Livro do Ceará, investiu nas duas edições realizadas na gestão do professor Auto Filho um total de R$ 4,8 milhões. Na IX Bienal, realizada já em 2010, o público chegou a mais de 400 mil pessoas. A feira de livros reuniu 90 mil títulos e um milhão de livros, tendo sido vendidos, em dez dias, em torno de 500 mil livros e feitos 148 lançamentos literários. Nesta última Bienal, a Secult promoveu a visitação de 50 mil crianças cearenses, dando-lhes uma “Notinha Legal” para adquirir até cinco títulos de literatura infantil. O valor total investido nesta ação chegou a R$ 250 mil reais.

Ai perguntam: - E a literatura cearense? Respondo: - Vai bem melhor obrigado!

O Prêmio Literário Secult e Aquisição de Obras de Autores Cearenses está ai pra comprovar. O Projeto Prêmio Literário Secult, é o maior prêmio literário do país em valores financeiros investidos (R$ 2 milhões), selecionou, em sua primeira versão, 110 livros para publicação, em 14 categorias (poesia, romance, conto, crônica, literatura infantil e juvenil, literatura de cordel, reedição de obras esgotadas e raras, dramaturgia, ensaio e/ou crítica literária, ensaio sobre tema cultural, álbum em quadrinhos, selo editorial, revista literária/cultural e álbum/livro de arte). Cada autor premiado recebe um prêmio de R$ 4.287,71 e a publicação da obra em edição de mil exemplares, com primeiro lançamento público de cada uma das 110 obras bancado pela Secult.

- E os Pontos de Cultura?

Eles não seriam uma realidade em nosso estado sem a parceria com a atual gestão. O Ceará negociou a instalação até o final de 2010 um total de 200 Pontos de Cultura, graças à contrapartida que foi oferecida pelo Estado. Já foram instalados, ano passado, 100 Pontos, no valor total de R$ 18 milhões e mais 100 novos Pontos a serem instalados ainda neste ano. Este programa recebe do Estado como contrapartida recursos no valor de R$ 12 milhões.

- E os Editais da Cultura?

Ganharam um suporte financeiro que nunca haviam recebido antes e estenderam seus benefícios a um número muito grande de artistas, produtores e entidades culturais de todas as linguagens artísticas, superando, nisso também, todos os governos anteriores. Além do mais, foi estabelecida uma maior equidade na distribuição dos recursos entre Capital e Interior, com divisão meio a meio, medida adotada pela primeira vez neste Governo.  Nos três primeiros anos foram apoiados pelo Fundo Estadual da Cultura (FEC) e pelo Mecenato Estadual, um total de 5.569.688 pessoas em todo o Estado, sendo 2.045.796 na Capital e 3.523.892 nos demais Municípios do Estado.     Durante os quatro anos do governo anterior, foram aprovados no FEC 500 projetos, no valor de R$ 6.200.000,00. Apenas nos três primeiros anos da gestão do Professor Auto Filho foram aprovados 1.005 projetos e aplicados R$ 41.704.737,00. No Mecenato Estadual, o governo anterior aplicou, em quatro anos, R$ 18,7 milhões em projetos, enquanto que o governo atual aplicou R$ 25.720.000,00. Se juntarmos a isso os recursos captados junto ao Governo Federal e as correspondentes contrapartidas do Estado será preciso acrescentar, em três anos, mais R$ 40.070.00,00, o que perfaz um total geral de R$ 107.494.737,00.

Foi implantado também o Programa Formação em Rede que se preocupou ainda em não somente assegurar o atendimento das demandas de capacitação em todas as linguagens artísticas (audiovisual, dança, teatro, música etc.), mas resolveu apoiar áreas não assistidas anteriormente ou assistidas eventualmente, como circo, cultura popular, artes visuais, educação patrimonial e pessoas com deficiências. Por fim, deu um caráter social mais justo e universal à política de formação cultural do Governo, assegurando que as suas ações atendessem prioritariamente aos usuários das classes trabalhadoras urbanas e rurais.

Durante os três anos e meio da gestão do Professor Auto Filho foram promovidas ações de formação cultural para um público de 380.193 pessoas em todo o Estado, envolvendo recursos da ordem de R$ 25.228.953,00. Parte desses recursos proveio de acordos de cooperação com o Ministério da Cultura.

Comparando ainda um pouquinho mais:

“População com acesso às informações, bens e serviços culturais” registrou um crescimento, comparado 2006 com 2009, de 133,68 por cento, com atendimento em 2009 de 6.489.285 pessoas contra apenas 2.777.064 em 2006.

O indicador “Empresas culturais e profissionais da cultura apoiados”, registrou o seguinte crescimento percentual, no período de 2001 a 2009, por categoria:

- “Pessoas assistidas com ações de formação cultural”: 330,24 por cento a mais;
- “Profissionais da cultura apoiados”: 206,65 por cento a mais;
- “Empresas culturais apoiadas”: 33,56 por cento a mais;
- “Eventos culturais realizados”: 142 por cento a mais;
- “Equipamentos culturais disponibilizados”: 9,70 por cento a mais. 

Faltou “diálogo com a gestão?” “Vazio enorme de projetos?“ Dá-me a impressão que algumas pessoas querem facilidades para se ter ou se manipular recursos públicos. Pessoalmente lamento que o professor não permaneça como secretário de cultura em nosso estado. Por outro lado acredito que é bom o novo, novas ideias, novas propostas, novas políticas, mas não esqueçamos por onde e de onde viemos, para que não nos percamos em nossas memórias e nos contradigamos em nossa ações.

CARRI COSTA
Ator / Produtor Cultural

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