sexta-feira, 7 de junho de 2013

Mulher de Carlos Prestes lança livro em Crateús

Tempos difíceis aqueles. O Partido Comunista foi fundado, no Brasil, em 1922. Em 1925, Luiz Carlos Prestes levantou a bandeira, em Santo Ângelo, Rio Grande do Sul, contra um regime viciado no qual o voto era de cabresto, porque não era secreto, e a educação pública não era inteiramente garantida a todos.

Imitando os tenentes de 1922, que foram mortos na Av. Atlântica, no Rio de Janeiro, Prestes começou uma longa marcha que começou em Santo Ângelo, passou por Mato Grosso e Goiás, penetrou no Ceará em 1925 e, em 1927, terminou na Bolívia.

Foi preciso receber a visita de alguns integrantes do Partido Comunista na Bolívia para Prestes, finalmente, se convencer que a luta que travava, no Brasil, tinha relação direta com aquilo que havia ocorrido na Rússia Czarista em 1917. Passando de um simples contestador para um verdadeiro revolucionário, Luiz Carlos Prestes se alia ao Partido Comunista Brasileiro e, desde então, teve início a sua aventura em busca de um país mais igualitário, segundo ele, e mais voltado para o bem-estar do povo.

As Companheiras

Duas, porém, foram as mulheres que estiveram ao lado do secretário geral do PCB ao longo de sua vida de militante político: Olga Benário, que morreu em 1942, na Alemanha, e Maria do Carmo Ribeiro, mais conhecida como Maria Prestes, que conviveu com o “Cavaleiro da Esperança” durante quarenta anos. Prestes teve, com Olga Benário, uma filha, Anita Prestes e, com Maria, sete.

Anita Prestes, segundo a biografia de Olga Benário, nasceu nos campos de concentração da Alemanha nazista. Os filhos de Maria Prestes, por sua vez, passaram muitos anos sem saber que Luiz Carlos Prestes era seu pai. Para eles, aquele homem que vivia fugindo da polícia ou que era preso de vez em quando, era seu tio. Só mais tarde tomaram conhecimento que Prestes era, na verdade, o pai e não apenas parente de primeiro grau.

Maria do Carmo, quando começou a trabalhar com o “Cavaleiro da Esperança” na década de 1940, não sabia, naturalmente, que haveria de se tornar sua amante. A aproximação entre os dois, no entanto, fez com que se aproximassem um do outro e tivessem vários filhos. Maria, nesta época, era apenas guarda-costas de Prestes assim como Olga Benário tinha sido uma militante do Partido Comunista Alemão enviada para o Brasil com o objetivo de ajudar o partido e, com o tempo, passou a conviver com o secretário geral do PCB.

A AUTORA E O LIVRO

Natural de Pernambuco, onde nasceu em 1930, Maria do Carmo Ribeiro casa-se com Prestes em 1950. Com a morte dele, em 1990, quarenta anos após o relacionamento entre eles, escreveu o livro “Meu Companheiro: 40 Anos ao lado de Luiz Carlos Prestes”, que será lançado amanhã, sábado, no Teatro Rosa Moraes a partir das 18h.

Publicado pela Fundação Maurício Grabois em parceria com a Editora Anita Garibaldi, Maria Prestes, a autora da obra, também participa, no Ceará, de uma agenda de atividades na qual está programada, além do lançamento do livro, uma viagem a Crateús por onde a Coluna Prestes passou na década de 1920 e onde a Comissão Especial de Anistia Vanda Sidou, responsável pela vinda de Maria Prestes ao Ceará, levantou, com o apoio do Governo do estado, um marco, em 2005, projetado por Oscar Niemeyer e que hoje serve de referencial para a passagem da Coluna Prestes no interior do Ceará.

No livro, composto de documentos e depoimentos, o leitor tomará conhecimento, segundo a assessoria de Maria Prestes, de revelações inéditas sobre a vida política de Prestes além de relatos de perseguições sofridas pelo casal, fugas espetaculares e a passagem do “Cavaleiro da Esperança” por vários países ao longo de sua vida de militante político.

Serviço

• Livro: Meu Companheiro: 40 Anos ao Lado de Luiz Carlos Prestes. Autora: Maria Prestes. Editora: Editora Anita Garibaldi. Lançamento: 8 de junho (sábado). Local: Teatro Rosa Moraes. Hora: 18h.

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