sábado, 11 de dezembro de 2010

Meu Padim Cícero Romão Batista


Juazeiro do Norte

Pedra por pedra é uma façanha,
exalando concreto, suor e vidro
e ainda exprimir nome de um santo
só a desalmada megalópole paulistana.
Mas feita assim, milagre por milagre,
como se tecida do fio da própria batina,
com uma sagração em cada esquina
e o rijo olhar de Pe. Cícero abençoando
a profusão da fé que brota rumo ao horto:
é Juazeiro do Norte lotada de devotos.

Todos os santos aglomeram-se nas ruas,
São José, São Paulo e São Pedro em volta
do Padroeiro, que alivia um aperto no peito
e cerra o corpo de cada um dos peregrinos
evitando a peste, a fome, a guerra e a morte.
O romeiro volta todo contente ao seu torrão,
feliz com a algibeira lotada de amparo e sorte.
A cidade vai vegetando dos que demasiado creem,
na sombra da rude fé, no tilintar metálico que retribui
o louvado cântico: salvo fui, salvo sou, salvo serei!

Por Raimundo Candido

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