terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Educação para a cidadania


Flávio Paiva
DN

As transformações sociais, econômicas e políticas vividas pelo Brasil no momento atual requerem uma educação à altura do diferencial comparativo das suas riquezas naturais e culturais: uma educação voltada à construção de um projeto de país. Para isso, cabe ao sistema educacional brasileiro ser, antes de tudo, eficiente na formação das pessoas para a cidadania. Com as proporções alcançadas na atualidade pela educação tecnomidiática e digital, esse desafio está cada vez maior, mais complexo, mais indispensável e mais urgente.

Perguntas como "qual educação?" e "qual cidadania?" passaram a exigir constantes atitudes reflexivas da comunidade educativa, tornando impreterível o investimento na preparação continuada de professores. É o que vem fazendo com que Sobral, a 238 quilômetros de Fortaleza, ocupe lugar de destaque na educação nacional. Estive lá, no sábado passado (01/12), fazendo a palestra de encerramento do VII Encontro de Educadores (de 29/11 a 01/12/ 2012) do Projeto Novos Olhares, realizado pela Escola de Formação Permanente do Magistério (Esfapem), e posso dizer que é empolgante testemunhar esse misto de orgulho e comprometimento.

Tive a oportunidade de compartilhar com educadoras e educadores de Sobral e dos municípios da sua região metropolitana, que lotaram o auditório do Centro de Convenções, uma sequência de conceitos que venho esboçando a respeito das metáforas da modernidade, dos grandes atos virtuosos da humanidade e da cultura em 4D, como recursos educativos para o fortalecimento e a consolidação da "cidadania orgânica", conforme defino o estado de participação social no qual as pessoas dão relevância ao cotidiano pela associação das suas vidas à vida do planeta.

A atual crise de significados me faz recorrer ao dilema da incompatibilidade trágica, que nos impõe a necessidade de posicionamento "por suicídio ou por esperança?" na hora de fugir do absurdo, conforme refletido pelo pensador argelino Albert Camus (1913 - 1960), a partir dos traumas de quem sentiu na pele os presságios das guerras mundiais ocorridas na primeira metade do século passado. Assim como Camus, eu acredito mais na revolta do que na capitulação diante da inutilidade e da inconsequência de muitos dos nossos esforços em favor do absurdo no curso da hipermodernidade.

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